quarta-feira, 30 de junho de 2010


É bom amigos... (Leia Lucas 10 e 11:1-13)

Ontem, depois do trabalho, fui me encontrar com amigos, que nos conhecemos na igreja há anos, e hoje sabemos que temos laços além dela, íamos ver uma peça de teatro, de outra amiga nossa. O plano falhou, não tinha mais lugar para assistir a peça. Sem problema, estávamos caminhando na Av. Paulista, rindo, e conversando, como se faz com bons amigos. Gosto de ficar sozinho, mas como está escrito nos Provérbios do Rei Salomão (27:17) “Como o ferro com o ferro se afia, assim, o homem, ao seu amigo”, ou seja, os amigos me fazem ser melhor, e é verdade, como é bom estar com os amigos!

Fiquei pensando quando Jesus esteve aqui na Terra, como era sua roda de amigos. Claro que ele era o melhor amigo, os outros nem tanto, mas lendo esse capitulo 11 de Lucas, percebe-se o respeito e o anseio que tinham em ouvir os conselhos do Amigo Jesus. Ele estava caminhando, imagino eu que sempre cheio de gente o seguindo. Antes, no capítulo 10, estão os dois mandamentos maiores: “amai a Deus, sobre todas as coisas e o próximo como a ti mesmo”. No final do capítulo, Jesus foi convidado a dormir na casa de Marta e Maria, e ninguém chama alguém para ficar em sua casa sem ter nada de amizade. Elas, irmãs do seu amigo Lázaro, o qual Jesus ressuscitaria (no evangelho de João, capítulo 11) e como amigo chorou por sua morte, mesmo ele sabendo que era o Filho de Deus, ainda assim demonstrou sua amizade por simples homem, como você e também eu.

Os amigos que estavam ao Seu Redor, pediram para que Ele ensinasse a orar, como o profeta João Batista havia feito a seus amigos seguidores, então o Amigo Jesus, humildemente lhes ensinou uma das mais belas orações, simples e completa, repetida até os dias de hoje: “Nosso Pai, Santificado seja Teu Nome, venha o Teu Reino, nos dá nosso pão para esse dia, perdoa nossos pecados, porque também perdoamos todos que nos devem”. O poder de síntese de Jesus é absurdamente impressionante, as poucas palavras não diminuem a riqueza e o poder que essas palavras tem. Nessa oração tem muito de amizade, já que ele prioriza o perdão e o compartilhar do pão do dia, em nenhuma tradução podemos ler “dá o meu pão”, mas é sempre o nosso, para todos, amigos compartilham e comem junto, estar a mesa com amigos faz tudo mais apetitoso!

Depois da oração que exalta a Santidade do nome de Deus e exalta a importância de nos relacionarmos (veja que o “Pai Nosso” tem tudo a ver com os dois mandamentos) Jesus cita o caso de um amigo que procura pão durante a noite para outro amigo. Achei linda a cena que mentalizei, e ele ainda é insistente, para que o outro lhe dê o pão, se esforça pelo amigo. O amigo que estava em casa, mesmo sendo acordado e não gostando da idéia, atenderia o pedido pela amizade ou pela importunação, e é verdade, que aos amigos as vezes atendemos a seus pedidos, mesmo contrariados.

Meus amigos que moram do outro lado da cidade fizeram o esforço de andar muitas estações para me encontrar e me entregar a chave de casa que eu tinha esquecido com eles. Finalmente cheguei em casa, bem feliz, mesmo sem ter assistido a peça, e mesmo com todas as dificuldades que achamos no caminho de volta. Me vi sozinho em casa novamente, e pude entender o que Jesus disse, nós mesmo sendo maus, cedemos aos pedidos dos amigos, muito mais o nosso Grande Amigo e Pai Nosso, “porque Ele nem mesmo deixou de entregar o próprio Filho, mas o ofereceu por todos nós! Se ele nos deu o seu Filho, será que não nos dará também todas as coisas?” (Romanos 8:32). Lembrei de uma musiquinha bem bobinha até, que eu cantava quando era criança: “é bom amigos a gente ter, é bom amigos a gente fazer, é bom amigos reter, é bom amigos rever, é bom amigos sempre ter!!”